Inovação

Confira as maiores influências de inovação tecnológica ocorridas neste ano, segundo Grazziani Colombo, do site Criativo Punk:
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1. Mobile
O consumo de internet através do celular continuou a crescer em grande ritmo em 2009, impulsionado pela melhor qualidade do conteúdo disponibilizado, pelos menores custos de acesso e pelos novos equipamentos cada vez melhor preparados para acessar a internet;

2. Vídeo
Tal como no mundo offline, o conteúdo de vídeo ultrapassou finalmente o conteúdo escrito. Com a forte entrada dos produtores de conteúdos (vd exemplo do
Hulu), a redução dos preços do equipamento de captação e edição de vídeo e o aumento continuado da largura de banda em casa das pessoas, estamos consumindo cada vez mais conteúdos em vídeo na internet;

3. LBS (Serviços baseados em localização)
A possibilidade tecnológica de servir conteúdos com base na localização do internauta já é uma realidade e a grande utilidade desta ferramenta para os consumidores levou a um grande salto na sua utilização;

4. Hiper-Local
Associado à geo-localização, surge um fenômeno que já dá cartas a um certo tempo por todo o mundo focado em conteúdos específicos em determinadas comunidades e produzidos, em sua grande maioria, por essas mesmas comunidades;

5. Convergência online-offline
A “desvirtualização” das relações foi uma tendência em 2009, com o online a alavancar as relações offline e a aumentar o efeito tribal nas comunidades;

6. Crowdsourcing
Uma das principais tendências de social media em 2009, fruto dos tempos mais apertados, foi a prática em larga escala de crowdsourcing, que utilizando o conceito de outsourcing coloca na internet pedidos de tarefas ou projetos empresariais abertos à comunidade;

7. Eficiência e produtividade
Com a multiplicidade de conteúdos que são hoje criados na internet, o contínuo aparecimento de fontes credíveis de informação a necessidade de filtragem foi cada vez maior. Este filtro foi feito de duas formas: recorrendo a programas como o
filtrbox que ajudam grandemente a gerir de forma automática a informação que recebemos, e apostando em sites agregadores com uma forte componente de edição que consigam rapidamente separar o joio do trigo;

8. Behavior targeting
Com a evolução tecnológica, nomeadamente em termos de capacidade de processamento em real time, 2009 foi o ano de afirmação do behavior targeting (recolhe e utiliza de informação sobre o comportamento de navegação dos usuários - páginas visitadas ou pesquisas realizadas - para oferecer publicidade mais relevante e de acordo com os seus interesses). A oferta de publicidade mais dirigida não só melhora a experiência do usuário como traduz-se em taxas de conversão mais elevadas para os anunciantes. (Ex.: apesar de um indivíduo masculino, da classe A corresponder ao target da Mercedes, a sua atenção a uma campanha da marca será maior se naquele momento estiver pesquisando para comprar um carro);

9. Multiplataforma
O anytime, anywhere foi acompanhado do “….with any device”. Já não é só o celular que permite o acesso à internet e a tendência de consumo foi no sentido de consultarmos conteúdos e serviços online através dos vários devices que a cada dia que passa se ligam à internet (desde a televisão, a touch screens, outdoors, eletrodomésticos, consoles, entre muitos outros);

10. Web 3.0
A Web Semântica é vista como a progressão da Web tal como a conhecemos. É uma evolução em relação à World Wide Web que permite uma maior eficiência na qualidade dos resultados obtidos em termos de pesquisa de toda a informação disponível na internet, cada vez em maior quantidade e complexidade. Esta eficiência é conseguida através de princípios de estrutura que permitem uma maior inteligência na catalogação de todo o conteúdo disponível e em 2009 já começamos a sentir alguns progressos nesta área.

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Fonte: http://www.criativopunk.com.br

32a. Rodada do Campeonato Brasileiro

Por um instante eu achei que quem estava jogando no Palestra Itália era Olária-RJ vs. Guarani-SP, mas não! Foi mesmo o, agora mais líder do que nunca, Palmeiras que goleou o Goiás por 4 a 0. No entanto, foi um jogo de dois tempos; o 1º horrível, acabando em 0 a 0; mas ja no 2º, o Porco Verde Selvagem foi violento e arrasador - Obina estraçalhou (quem diria, ele deu até passe de calcanhar e fez 3 na mesma partida, de novo!) e o Verdão acabou com o pobre time esmeraldino. 4 a 0, incontestável!

O 2º colocado agora é o São Paulo, que venceu o Internacional por 1 a 0 num bom jogo de futebol no Morumbi. Será que queimarei a língua com o Tricolor? É; jamais pode-se afirmar que o São Paulo está acabado num campeonato - tenho que reconhecer!

Curioso é o Atlético, toda vez que vai ao Rio de Janeiro leva toda a chuva deste mundo para lá e apanha na hora mais decisiva do campeonato. Desta vez tomou dois do Flu no 'Maraca' com bom público; Diego Tardelli ainda fez o seu 17º golzinho, numa falha do goleirão Tricolor Rafael, e agora é artilheiro isolado do Brasileirão. Ricardinho fez uma ou outra boa jogada (deu um belo chapéu ainda no 1º tempo pela esquerda do meio de campo), porém jogou muito mal. Mas quem irritou mesmo os torcedores do 'Galo Doido' foi o zagueirão Jorge Luís, ele fez penalti bobo, levou cartão amarelo e acabou de prejudicar o time ao ser expulso após cometer falta feia em Fred. Tirando o excelente goleiro uruguaio Carini, que salvou o Galo de tomar mais gols em muitos momentos, Corrêa foi o jogador de linha mais lúcido e foi dele a melhor análise do que o Atlético tem que fazer no campeonato daqui para frente: "Agora ficou difícil, o Palmeiras abriu uma distância complicada, mas vamos ter que mostrar o Atlético de verdade lá em Goiânia contra o Goiás", disse o jogador. Tomara que mostre mesmo, com certeza a fanática massa alvinegra estará na torcida do mesmo modo como compareceu ontem no chuvoso Maracanã.

O Flamengo vacilou (será que vacilou mesmo? O Barueri, além de ser um pequenino time muito simpático, ainda tem excelente jogadores... Como joga bola este Thiago Humberto, Benza Deus! Presta atenção aí Teixeira!), mas o fato é que os rubro-negros (que, por um momento, devem ter saudades do Obina; quem diria!) perderam a quinta posição para o Cruzeiro. O time celeste venceu o Santo André em Belo Horizonte e vêm com tudo, agora pega o esperançoso Fluminense domingo no Mineirão (de novo?).

Por falar na parte de baixo da tabela, o Botafogo (ufa!) saiu da zona de rebaixamento - graças a um penalti meio "suspeito" marcado no Engenhão contra outro time desesperado, o Náutico. O Santo André, que tomou uma virada depois de ter virado o jogo contra o Cruzeiro, agora está pregado na parte de baixo da tábua de classificação. E o Fluzão?

Bom, como já disse, o Flu jogou contra o Galo e venceu por 2 a 1. Ainda está na última posição do Campeonato Brasileiro - o Sport Recife também tem 30 pontos mas está à frente pelo saldo de gols. O argentino Conca fez o 2º gol e, como sempre, foi cérebro da equipe - principalmente depois que o técnico do Atlético, Celso Roth, tirou o capitão e bom marcador Marcos. Fred, que já tinha feito o 1º gol do jogo de penalti, voltou a jogar bem; mas foi a torcida Tricolor quem deu verdadeiro show de esperança, orgulho e força. "Eu acredito". "Lutem até o fim". Estes eram os dizeres entoados e gravados no 'Maraca' nesta histórica e já folclórica noite de quinta-feira. Foi um batismo de boas expectativas nas águas esperançosas do Rio de Janeiro.

Ó João de Deus, quem espera sempre alcança!



Por Ricardo Novais

Deus Salva... O Rock Alivia

Um dos mais antigos grupos brasileiros de rock, o Made In Brazil surgiu em São Paulo no final dda década de 1960, e teve várias alterações (a banda está no "Guinness", o Livro dos Recordes: é o conjunto musical em atividade com o maior número de formações no mundo - são mais de 200), mas sempre girando em torno dos irmãos Oswaldo (baixo) e Celso Vecchione (guitarra).
Considerada a banda brasileira que quebrou o tabu do rock pauleira nacional (então inexistente), foi muito criticada pelo "barulho" que fazia, embora tivesse, desde o início, um enorme público jovem. Mas depois que o crítico Ezequiel Neves resolveu vestir (literalmente) a camisa do Made In Brazil, as coisas ficaram um pouco mais fáceis para o grupo.
Regravaram clássicos do rock, mas a maioria de seu repertório sempre foi composto por Celso e Oswaldo. O Made In Brazil produziu obras-primas do rock n´roll como o álbum homônimo de 1974, Made In Brazil; a pauleira no ouvido de 1976, Jack, O Estripador; também Paulicéia Desvairada, de 1978; o extraordinário disco Minha Vida é o Rock n' Roll, de 1981; Deus Salva... O Rock Alivia, este gravado em 1985; Rock de Verdade, lançado em 2008, comemora os 40 anos da banda; estes são apenas alguns dos muitos álbuns que consagraram o grupo paulistano no cenário roqueiro nacional.
No início deste ano eles receberam um golpe de choque, a vocalista da banda e mulher de Oswaldo, Deborah Carvalho (Débora Vecchione), suicidou-se.
Atualmente o Made In Brazil conta com Oswaldo Vecchione nos vocais, guitarra, gaita e baixo; com Celso Vecchione na guitarra, baixo, harpa e teclados; Tony Balalau na guitarra; Rick Vecchione (filho de Oswaldo) na bateria; e Malu no back-vocal.
Longa vida ao rock, porque "Minha Vida é o Rock n' Roll...
* O vídeo acima é um show do Made In Brazil no Centro Cultural São Paulo, com a participação de vários amigos da banda, em tributo à back-vocal Deborah Carvalho, falecida em 7 de janeiro de 2009.
**Site oficial da banda: http://www.bandamadeinbrazil.com.br/

Dia Nacional do Livro

Dica: Hoje é dia do livro, pessoal. O dia 29 de outubro foi escolhido para ser o “Dia Nacional do Livro” por ser a data de aniversário da fundação da Biblioteca Nacional, que nasceu com a transferência da Real Biblioteca portuguesa (Palácio Quinta de Queluz) para o Brasil.
Seu acervo de 60 mil peças, entre livros, manuscritos, mapas, moedas, medalhas, etc., ficava acomodado nas salas do Hospital da Ordem Terceira do Carmo, no Rio de Janeiro.
A biblioteca foi transferida em 29 de outubro de 1810, de Lisboa para o Rio, e essa passou a ser a data oficial de sua fundação.
O livro tem mesmo o poder de educar e transmitir cultura a um povo. Portanto, aproveite bem o "Dia Nacional do Livro" e doe seus livros usados, ou aqueles já leu, para as pessoas que não tem outra forma de adquiri-los.

Fonte: www.ibge.gov.br/

No twitter também há uma campanha bem legal para doação de livros usados (ou novos) para este natal, acessem:
http://twitter.com/search?q=%23DOEUMLIVRONONATAL

Conversa de (In)Sucesso

Um advogado encontra um colega de profissão na rua e entram num café de esquina. Lá pelas tantas, surge uma pergunta bastante despretensiosa:

- Mas este negócio de abranger todas as áreas do direito, dá certo?

O outro homem devolve com uma outra pergunta mais ambiciosa:

- Ora! E por que não daria?

- Para alcançar o sucesso, a meu ver, devemos nos especializar em uma área apenas – retruca o amigo com ares de juiz monocrátrico.

- Mas, meu caro, o que seria sucesso para você?

Neste momento houve certo constrangimento no recinto, os dois calaram. Algum tempo depois, o advogado que havia ficado sem resposta para a sua pergunta resolve mudar de assunto:

- Sabe, doutor Carlos, eu gosto muito de esporte; você também gosta?

- Ó, sim; apesar de não praticar, adoro futebol! – responde ele risonhamente.

- Nenhum outro? – insistiu o amigo.

Depois de pensar por uns 30 segundos, ele confessou que gostava apenas de futebol. Sendo assim, ouviu a seguinte explanação de seu colega:

- Pois eu gosto de esportes radicais... Todos eles! Rapel, skydiving, surf, alpinismo, montanhismo, pára-quedismo, hang gliding, bungee jumping, treeking, mountain bike... Enfim, todos mesmo! Mas não sou o melhor em nenhum deles, apenas pratico. E, meu caro amigo, não sabe como me faz bem, como me dá prazer cada um dos esportes que eu me atrevo a praticar... Eu sei que jamais serei um campeão, mas, assim mesmo, sinto-me um homem de sucesso.

Doutor Carlos respirou fundo sem ter sido convencido pela conversa do amigo; depois, sem jeito, acabaram de tomar o café e foram embora para os seus escritórios.


Por Ricardo Novais
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*Os direitos da imagem que aparece neste texto pertence a © Michaeldb. http://www.dreamstime.com/

31a. Rodada do Campeonato Brasileiro

Enfim o campeonato de "pontos parados" que estava se configurando o Brasileirão deste ano, agora engrenou em emoção. Apenas o Palmeiras estacionou nos 54 pontos e nos três últimos jogos levou sete gols e não fez nenhunzinho sequer; no entanto, ainda é o líder do Brasileirão agora com 1 ponto apenas de diferença para o Atlético Mineiro.
O Galo, que jogou sábado num Mineirão batendo recorde de público, venceu o Vitória, da Bahia, por 1 a 0 gol de Diego Tardelli - que ainda chutou um penalti pra fora, mas é o artilheiro da competição, ao lado do 'Imperador' Adriano, ambos com 16 gols.
Os clássicos foram agitados: No 'SanSão', o fraco time do Santos (se liga aí, hein, Teixeira; estamos de olho!) deu certo trabalho ao São Paulo, mas perdeu num jogo tenso por 4 a 3. No 'Grenal' do Beira Rio finalmente o Colorado venceu uma partida, 1 a 0. No Rio tivemos o 'Clássico da Rivalidade', e o Flamengo venceu (gol de Adriano) por 1 a 0 assumindo assim a quinta posição; já o 'Fogão', que parece mesmo ter aceitado a condição de maior "freguês" de seu rival carioca, tornou à zona agonizante do rebaixamento - junto com o seu outro rival, o Fluminense, que continua firme lá na 'lanterninha'. Do 'Atletiba' sei apenas que foi 3 a 2 para o Coxa numa disputa ferrenha lá no Couto Pereira; acredito que deva ter sido um bom jogo.
Continuo achando que o São Paulo e o Internacional não chegarão ao título; como já disse em outros posts, o Tricolor parece não ser um time pronto ainda, e o Colorado é extremamente irregular - O Inter chega mesmo a decepcionar pelo time que têm. O Atlético, diferentemente de anos anteriores, finalmente chegou pra valer - foi bonito ver toda a superação para o ídolo atleticano Marques reestrear depois de tanto tempo, e que espetáculo que é a torcida do Galo! Já o outro time das Minas Gerais, o Cruzeiro, vem com tudo; venceu o Corinthians, em pleno Pacaembu com bom público, e agora a Raposa encostou também no bloco de elite do Campeonato Brasileiro. Mas, enfim, para mim o Palmeiras ainda é o favorito; só que os adversários lutarão com ferocidade. A briga é boa! Os amantes da emoção no futebol agradecem; já os 'moralistas' da crônica destilam suas críticas à livre concorrência de rivais no esporte.

Na Série B, o Vascão da Gama precisa apenas de uma vitória para retornar à 1ª Divisão; lugar de onde jamais deveria ter saído. Tomará que o Lusa se qualifique também... Já um grande do futebol vai mal; O Bahia perdeu para o Vasco no sábado, num 'Maraca', desta vez, não muito cheio, e agora o Tricolor continua agonizando entre os últimos da competição.

Se aqui no Brasil foram vários clássicos sendo disputados no País inteiro, na Argentina aconteceu um dos jogos de maior rivalidade do mundo: Boca vs. River. Terminou 1 a 1, mas houve muita confusão em Buenos Aires - coisa absolutamente normal na personalidade afetada de nossos 'hermanos'.
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*A charge, o Porco e o Galo, é do cartunista Duke, do jornal A Notícia, de Belo Horizonte.

Brooklin Fest 2009

Dica: O XIV Brooklin Fest 2009, evento Multicultural de São Paulo, está acontecendo neste final de semana na rua Joaquim Nabuco. Cultura, educação, gastronomia, artesanato, lazer, exposições, tem tudo isto e muito mais nesta tradicional festa de rua alemã que ocorre anualmente no bairro do Brooklin, em São Paulo.
Além de um apenas razoável chope inglês?! (ou da velha e boa cerveja alemã dos botequins da região), do gostosíssimo salsichão grelhado de carne suína (schüblig), de carne bovina (cervela) ou de vitela (kalbsbratwurst) com mostarda bem forte, e do joelho de porco, vale muito a pena dar uma passadinha nas tabernas, de estilo saxão, localizadas nas ruas que foram fechadas para a festa e degustar clássicos da cozinha alemã, como paprika schinitzel e weisswurst – lingüiça branca com chucrute e batata soutê; outra boa pedida é uma porçãozinha de bouletten, são bolinhos fritos de carne moída bem condimentada e, para acompanhar, uma boa salada de batata.
Há apresentações de grupos de dança típica, artesanato e, para quem gosta, há também diversidade de doces.
A festa é multicultural, assim também há barracas orientais e algumas especialidades tipicamente brasileiras, como o eficiente "churrasquinho de gato".
O único pesar é mesmo a falta das cervejas alemãs nas barracas do evento...
Para terminar a noite, recomendo o bar do "Seo" Jonhy; lá, entre fotos antigas dos bairros da zona sul da cidade e artigos artísticos da Alemanha e de vários países, há sempre um papo agradável e sugestivo.
A festa consta como evento oficial do município de São Paulo e não deixa nada a desejar a nenhuma festa cultural de rua do mundo. ;-)

Irmãos Boêmios

Outra vez, a ressaca. Na noite passada, vários boêmios no bar. As pessoas chegam, partem, mas eu continuo no meu ofício de bom patusco.

A hora já passara em alta velocidade, apenas um amigo, já antigo conhecido de boemia, ficara remanescente nas velhas discussões filosóficas.

Deixávamos nossos olhos observar, ora despretensiosamente ora maliciosamente, a uma bela moça que bebia sozinha no balcão.

Entretanto, repentinamente, chegou um homem. O bar já havia iniciado os procedimentos para pedir aos bons bêbados que voltassem noutra noite. Porém, minha aventura noturna tinha apenas começado...

Este homem, que surpreendeu sem avisar, vestia um casaco de couro preto, um largo sorriso impregnado na face pálida e uma reluzente calva. Quem visitou o boteco nesta noite que congelou no tempo, foi o meu irmão.

O homem de preto é meu irmão; não irmão de sangue, mas de coração. Há anos não nos víamos, sendo assim a conversa adentrou pela alvorada, evidentemente.

Alguns dizem que o bar é a desgraça da humanidade, porém, eu, que vivo numa cidade desgraçada, digo que o botequim tem o dom, quase divino, de reunir, novamente, os irmãos.

É! Esqueci completamente da bela jovem que bebia sozinha no balcão do bar como se fosse uma divindade e estivesse num altar, esqueci tudo naquela noite, esqueci tudo menos uma velha amizade...

Um abraço, careca; um abraço, meu irmão!
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*O desenho, "Ma che bella donna!", é do artista, de Santa Teresa no Rio, Maurício Porto. As obras sublimes, deste grande artista das belas artes, podem ser apreciadas no site: http://mauricioportodesenhos.blogspot.com/

Judas do Brasil

O Presidente da República concedeu nesta quinta-feira uma entrevista, ao jornal Folha de S. Paulo, onde respondeu muitas perguntas ora de forma contundente, ora de forma extenuada, ora de forma prudente, em outros momentos demonstrou-se perseverante, mas em boa parte da sabatina foi ambíguo – como é de seu peculiar feitio de bom brasileiro.

No entanto, não estou aqui para avaliar o pensamento político e muito menos as esperanças do mandatário da Nação. O Governador do Estado de São Paulo já deu uma boa definição sobre a tal entrevista: “Mostrou o Presidente de ponta a ponta, na forma e no conteúdo (...)”, disse o atroz bandeirante que é postulante ao cargo de próximo ‘ponta’ da nação. Ademais, queridíssima dona leitora, caso queria ler e avaliar por si mesma as respostas do Presidente da República, eu forneço-lhe agora o link do jornal: http://www.folha.uol.com.br/; mas se preferir ler os estímulos 'filosofo-sociais' do nosso grande 'estadista' em papel impresso, então vá, ou mande o caríssimo leitor, vosso marido, à banca de jornal e compre o tablóide paulista.

É que escrevo este texto por um aforismo feito pelo Chefe deste País e que me deixou acabrunhado. Não por questões de ordem religiosa; para mim pouco importa a fé do Presidente, se ele segue o 'monoteísmo' ou o 'multi-partidarismo', ops!, quer dizer, 'multi-teísmo' ou mesmo o 'ateísmo'. Mas é que, de fato, fiquei confuso com as seguintes palavras: “Se Jesus viesse para cá (Brasil), e Judas tivesse votação, Jesus teria de fazer coalizão com Judas”, foi isto que disse o Presidente e atormentou o meu pobre espírito.


Judas Iscariotes – não confundir com o outro Judas, o Tadeu – foi amigo e discípulo de Jesus, autor da maior história de traição já registrada na humanidade. “Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e disse: Que me quereis dar, e eu vo-los trarei? E eles lhe pesaram trinta moedas de prata e desde então buscava oportunidade de entregá-lo”, (Mateus 26:14). Os príncipes queriam Jesus, Rei dos Judeus. Jesus previu que um dos discípulo iria traí-lo e fez uma advertência: “Aquele que haverá de trair-me o melhor seria que nunca tivesse nascido”. Judas, assustado, imediatamente perguntou: “Acha que sou eu mestre?” E Jesus respondeu: “Tu o disseste!”

Judas era um homem casado, pai de vários filhos e discípulo de Jesus. Convidado para exercer o cargo de tesoureiro no ministério de Jesus, ele aceitou a incumbência divina – ele foi o "Ministro da Fazenda" do Chefe dos cristãos.

Durante os três anos que Jesus exerceu seu ministério aqui na Terra, Judas carregou o alforje que continha as economias da pregação do Filho de Deus por essas bandas. Jesus considerava Judas como um bom e fiel amigo. De fato, Judas Iscariotes estava vivendo a melhor época de sua vida.

Ele começou a observar todo aquele dinheiro entrando no alforje e nasceu no seu coração o desejo de possuir aquele dinheiro. E fazendo isto, Judas atraiu para si uma grande maldição.
Como se percebe, Judas não era um mau-caráter. Segundo as Escrituras, ele apenas cumpriu uma sentença: o papel sagrado que fora escrito por Deus. Jesus Cristo, que sabia (e ainda sabe) de tudo, sabia disto também e, por isto mesmo, o perdoou.

Portanto, meus caros irmãos brasileiros, podemos pensar que cada um faz coalizão com o Judas que merece (ou que votou). Resta saber, no entanto, quem perdoará; você?!


Ricardo Novais

Um Diabólico Mestre do Suspense

Sir Alfred Hitchcock nasceu quando o século XIX morria: 1899, na sombria e chuvosa Londres. Filho de família católica, ele recebeu o peso da complexa orientação jesuítica. Iniciou-se ainda no cinema mudo, em 1913, como roteirista, entrando pelo caminho do gênero suspense – que iria marcar sua carreira e do qual seria o mestre incontestável – com o filme The Lodger (1926), inspirado no célebre Jack, O Estripador. Em 1939, o produtor David O. Selznick o levou para Hollywood, onde realizou a maior parte de sua magnífica obra de 53 filmes. Um dia ainda conseguirei assistir a todas estas obras cinematográficas, se Deus (ou o diabo) quiser!...
Hitchcock não foi somente um mestre na arte dos filmes de suspense, ele foi um gênio inigualável no cinema. Produziu obra-prima em cima de obra-prima; começando por Sabotador, em 1942, que na realidade é um filme de guerra – gênero incomum na filmografia deste cineasta do humor irresistível.
No entanto, já em 1948 ele filma o que é – na minha modesta opinião – a melhor de todas as extraordinárias películas que ele produziu: Festim Diabólico. Foi o primeiro filme da série de três a contar com o ator James Stewart; o primeiro colorido; e não teve qualquer corte de câmera – a não serem os obrigatórios para a troca dos rolos. Festim Diabólico encanta não apenas pelo suspense paralisante e acusador, mas também pela beleza poética das cenas sutilmente escarninhas.
Janela Indiscreta, outro clássico fantástico, é de 1954. Ali está o casal perfeito para Hitchcock: James Stewart e Grace Kelly. Um fotógrafo que bisbilhota as mazelas dos vizinhos é a trama principal; mas, por extensão, poder-se-ia dizer: o filme constata a pobreza de espírito desta nossa humanidade.
Em 1956, em O Terceiro Tiro, o gênio do suspense exuma um personagem, várias vezes, para que ele encontre o seu próprio assassino. O enredo não cai no humor negro banal, é um humor ferino e inteligente.
Um Corpo que Cai é um filme vertiginoso. James Stewart agora contracena com Kim Novak, uma das não menos célebres loiras do mestre. Este longa-metragem é de 1958, e é um interessantíssimo estudo sobre sentimentos de culpa, através de um policial que sente vertigens no seu trabalho. Para a maioria de seus fãs, e também dos críticos, é o seu melhor trabalho. Eu ainda prefiro Festim Diabólico (uma filmagem sem cortes de cena, com uma história contagiante e perturbadora de um “cientificista nietzschiano” que, ainda assim, consegue ser bela e comovente por causa da ironia inteligente que o cineasta utilizou, não pode, de modo algum, não ser o melhor filme crítico que já fizeram na face da terra); no entanto, eu concordo que Um Corpo que Cai é um filmaço extraordinário!
Psicose dispensa maiores apresentações. O filme, de 1960, tem, talvez, a cena mais falada do cinema em todos os tempos: o ator Anthony Perkins e o comemorado drama do assassinato no chuveiro – á, á, á, á, á, á... ahhhhhh! Neste longa de traços edipianos, Hitchcock conseguiu, enfim, atingir sua independência financeira, tal o sucesso deste filme.
Em Marine, Confissões de Uma Ladra, de 1964, o mestre deita o olhar da sua câmera sobre uma cleptomaníaca e o absurdo de ver-se obrigada a casar com uma de suas vítimas, sob ameaça de denunciá-la à polícia. É humor sarcástico na veia! A protagonista da trama é Tippi Hedren, outra loira, que também encena Os Pássaros, de 1970, outro clássico com cenas de tirar o fôlego como a das crianças sendo atacadas pelas aves enfurecidas e o limiar do telhado da casa infestado de pássaros ameaçadores, na tomada final do filme.
Topázio é de 1969. Este é, sem dúvida, o filme mais complexo de Hitchcock que eu assisti. É uma trama sobre espionagem internacional, inspirada na crise dos mísseis soviéticos em Cuba.
Estes filmes que mencionei acima, todos clássicos incontestáveis, foram os que eu assisti e me recordo – lembre-se, crítico leitor, que sou apenas um blogueiro ordinário que gosta de cinema; assim como a minha amiga, a dona leitora, que tantas vezes já convidei para ir comigo ao cinema, mas que sempre indefere meu pedido. No entanto, há muito mais filmagens. Hitchcock tem 53 obras em sua carreira, sendo que a última, de 1976, foi Trama Macabra – este, por um acaso, eu também assisti e digo que é um filme maravilhoso (uma trama sobre uma vidente que explora os ricos e os supersticiosos), mas é, sobretudo, coerente ao que foi toda a vida cinematográfica deste mestre: mistura tensão e humor; talvez, a mais divertida comédia de horror de toda a história do cinema.
Este gênio da sétima arte, Sir Alfred Hitchcock, morreu em 29 de abril de 1980; deixando milhares de órfãos de seu humor refinado e sarcástico. Não se tem notícia de outro gênio como este mestre do suspense diabolicamente cômico.
Abaixo a última tomada do meu filme favorito: Festim Diabólico – está no original em inglês, mas pode-se encontrar as versões inteiras deste longa-metragem com legendas ou mesmo dubladas, em qualquer locadora de bairro; vale a pena, eu garanto! Este take que selecionei abaixo é o trecho final, onde se é possível verificar claramente as tomadas de câmera fantásticas, que nos travam todos os nervos do corpo, onde os personagens discutem sobre o ato que cometeram: assassinaram um amigo considerado fraco socialmente e esconderam, propositalmente, o seu corpo em um baú que, por sua vez, serviu de mesa para o banquete das pessoas da sociedade, isto é, foi a sustentação para uma festa diabólica. Também pode-se assistir neste trecho a beleza poética da mensagem derradeira do filme com a cidade grande ao fundo (Nova Iorque), poço de todas as ilusões e crueldades humanas:
* A gravura que aparece no texto é de VA - Alfred Hitchcock - Presents Signatures In Suspense - 1999.

Oferta do Dia do Futuro

Uma Universidade do Reino Unido – em São Paulo também há pesquisas no mesmo sentido – afirma que no futuro as partes desgastadas do corpo humano, como quadris, joelhos e válvulas cardíacas, poderão ser trocados por novos, fazendo com que as pessoas idosas tenham idade biológica de 50 anos, no máximo. Excelente notícia!

Imagino-me daqui uns 50 anos – se eu ainda estiver nesta grande aventura – e com problemas nos meus atléticos joelhos. Poderei ir, comodamente, ao setor de “humano-peças” e fazer meu pedido:

- Doutor, por favor, me veja aí um par de articulações para os joelhos.

O atendente, todo vestido de branco, diz com ares entendidos e simpáticos:

- Sim, pois não. Na compra de articulações para os dois joelhos, o senhor ganha de brinde uma válvula do coração ou um disco de quadril; fica à escolha do cliente – ele estende um largo sorriso ainda oriundo dos tempos de vendedor de carros usados. – Também fazemos a colocação nos joelhos aqui mesmo; o senhor quer trocar agora? – interroga-me calmamente.

Eu já estou fazendo minhas economias, para evitar recall, já reservei um fígado novinho para o ano 2060.


Por Ricardo Novais

Meramente Amor

Depois daquele baile começamos a namorar. Ela era jovial, alegre, generosa; mas com o passar do tempo ficou expansiva, geniosa e nosso amor foi se esvaindo. Também eu não era fácil, não ajudava com minha paixão doentia e meu jeito difuso de tratar sentimentos tão delicados. Fui me distanciando do amor e de mim mesmo, e, assim, refugiei-me na boa e reta filosofia do botequim e das paixões aventureiras.

Eu queria ter feito tudo diferente. Houve um tempo em que nos amávamos muito e deixamos isto escapar por entre os dedos endurecidos das mãos.
Mas, até hoje, sinto falta deste grande amor. Será que existe apenas um grande amor na vida ou passamos por vários amores nos caminhos infaustos que vivemos? Ou, ainda, vivemos apenas paixões, nada mais que isto, paixões fulminantes e avassaladoras que simplesmente passam com o tempo?

Vinícius de Moraes – carioca, poeta, músico, embaixador do Itamaraty, grande boêmio – que ontem faria 96 anos se estivesse vivo, ajudou-me a entender:

Soneto da Separação
“De repente do riso fez-se o pranto / Silencioso e branco como a bruma / E das bocas unidas fez-se a espuma / E das mãos espalmadas fez-se o espanto. / De repente da calma fez-se o vento / Que dos olhos desfez a última chama / E da paixão fez-se o pressentimento / E do momento imóvel fez o drama. / De repente, não mais que de repente / Fez-se de triste o que se fez amante / E de sozinho o que se fez contente / Fez-se do amigo próximo o distante / Fez-se da vida uma aventura errante / De repente, não mais que de repente.”
(Antologia Poética) – Vinicius de Moraes –

Quem sabe, num encontro casual, em algum outro baile trivial, num vagão de trem ou em uma mesa de bar vulgar, eu torne a ver a minha jovial e alegre paixão; quem sabe, quem sabe... “de repente, não mais que de repente”.


Por Ricardo Novais
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*O desenho do boêmio Vinicius de Moraes, que aparece neste texto, foi feito por Akehne.

30a. Rodada do Campeonato Brasileiro

Quando eu era criança, meu pai dizia: “Não pode deixar o Flamengo chegar que é perigoso!” Ele se referia ao timaço que os rubro-negros tinham nos anos 1980 e também as ajudas “extracampo” que davam ao clube da Gávea – quem não se lembra dos confrontos contra o Atlético em 1980 e 1981 (Brasileirão e Libertadores, respectivamente) onde o juiz José Roberto Write e a CBF deram uma “forcinha” ao Flamengo – e que forcinha, Reinaldo, Éder e Cerezo sofreram com os desmandos dos “cartolas”. Hoje em dia não é mais assim; os cariocas perderam força dentro e fora das quatro linhas. Mas uma coisa não mudou: A força do Mengão.
O Flamengo chegou pra valer. O espirituoso Reinaldo, o lateral Leo Moura e o “Imperador” Adriano jogaram bem, mas Pet provou que é mesmo reciclável, e também genial, acabando com o jogo no Palestra Itália. O Primeiro gol dele foi uma pintura, como nos bons tempos do futebol romântico, e o segundo tento foi olímpico – segundo o sérvio, foi uma homenagem ao Rio para os Jogos Olímpicos 2016; hein? Contudo, o zagueirão Ronaldo Angelim (que, aliás, arrumou um pênalti para Wagner Love mandar a bola lá nas piscinas do Parque) quis “surrupiar” o gol para si – ele só pode estar de brincadeira, não é? A bola entrou direto; e, vamos analisar sem paixão, o “São Marcos” falhou sim! No entanto, o Flamengo apenas devolveu ao Palmeiras a derrota do primeiro turno – naquela oportunidade, o Verdão, ainda do bom técnico Jorginho (que não é da tradicional escola “retranqueira”), venceu os cariocas por 2 a 1 no Maracanã.
Para realmente tornar os velhos tempos do futebol – a polêmica desta última semana foi a discussão acerca da volta do Mata-Mata no Campeonato Brasileiro – falta agora, entretanto, o Galo vingar os anos 1980 e derrubar o Flamengo também. É que no sábado, o Atlético venceu ao São Paulo, em pleno Morumbi, por 1 a 0. Além de assumir a vice-liderança do campeonato, desbancou o Tricolor Paulista fazendo justiça a outra disputa do passado: o Brasileirão de 1977. Naquele longínquo ano, o C.A.M. era bem superior, tecnicamente, ao São Paulo Futebol Clube, porém sentiu o poder de decisão dos paulistas que venceram, numa pressão danada, nas penalidades máximas. Coitado de papai; ficou com o foguete na mão sem poder estourá-lo... Mas deixemos isto de lado que já é outra história.
Contrariando o diretor anopluro do Esporte Clube Cruzeiro, que nesta semana andou falando muitas bobagens na folclórica Belo Horizonte, o Atlético das Minas Gerais disputará sim o título com o bom time do Palmeiras (apesar da covardia de seu comandante), também com o irregularíssimo Internacional, o perigosíssimo Flamengo e, talvez, com o instável Goiás – aliás, único Clube Médio disputando o caneco deste ano. Sinceramente, não acredito mais no São Paulo do técnico Ricardo Gomes para ser campeão; apesar de ser, de fato, um time de chegada, parece ainda não estar pronto; quem sabe no ano que vem... Mas, enfim, tudo tem o seu tempo. O Tricolor já fez muito neste ano conturbado pelo qual passou – e diga-se que com muita honradez. Deve apenas lutar para não perder o posto dos qualificados para a Libertadores 2010 e esquecer-se das turbulências. Afinal, não se pode vencer sempre – re-acostume com isto, hein, torcedor são-paulino. Mas é bom que se ressalte também: isto é absolutamente normal e inerente apenas aos Grandes Clubes de Futebol
E por falar em tricolor, e o Fluminense? Tenha piedade, João de Deus! No Maracanã, o Colorado de Porto Alegre, o centenário Sport Club Internacional, que como já disse disputa o título com força, vacilou – outra vez, hein! – e cedeu o empate no finzinho do jogo contra o Fluzão. Péssimo resultado também para o desesperado clube carioca. Como diria o cronista: “já pode ir pregando a tampa do caixão!” O Fluminense já está na segunda divisão do Campeonato Brasileiro em 2010; é fato! E é uma pena!
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Fórmula 1

A corrida em Interlagos foi tão imprevisível como o clima da cidade neste final de semana. O humor dos críticos também. No sábado, Rubens Barrichello tinha recuperado o crédito de grande piloto junto ao antagônico público, já no domingo voltaram a acusá-lo de ser uma eterna promessa fracassada. Vai entender? Mas o título para o piloto britânico Jenson Button foi justo. A surpresa, para mim que não acompanho os testes das escuderias, foi o japonês Kamui Kobayashi. Ele é arrojado como Airton Senna e técnico como Michael Shumacher. Obviamente que esta minha opinião, um tanto quando exagerada, é de um bucólico laico amante do esporte; mas alguns, mais “entendidos” em Fórmula 1, dizem que o novo gênio da primeira categoria do automobilismo será o alemão Sebastian Vettel... Portanto, eu posso também dar a minha impressão ignorante e (des)avalizada, sutilmente – sem trocadinhos com o “piloto-ironia” Adrian Sutil.
Por fim, concluo a análise do GP Brasil deste ano com uma singela reflexão: por trás da casca cruel que boa parte da mídia utiliza ao qualificar Barrichello, averigua-se, com muita honestidade, que se ele não é nenhum gênio do esporte, também está longe de ser um piloto medíocre. Ao contrário, Rubinho é um bom piloto. Ele é habilidoso e extremamente guerreiro. De modo que ao invés de criticar a este grande desportista, deveria-se cumprimentá-lo por ele ser um ser humano generoso.
Por falar em sentimentos altruístas, devíamos questionar , como espectadores do bom gosto patriótico que somos, ao cidadão que teve a brilhante ideia de convidar a cantora de Axé Music, Daniela Mercury, para abrir o evento entoando aquela grotesca interpretação do Hino Nacional. Aí, "né meu", é comer churrasco grego na Praça da Sé!... Dona Vanuza, socorro!
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Destaque

O que de mais relevante ocorreu no esporte por terras brazucas neste final de semana foi a conquista do título da Copa Libertadores 2009 na categoria feminina. O Santos Futebol Clube venceu a Univervidad Autónoma de Asunción, time de moças do Paraguai, por 9 a 0 na Vila Belmiro, marcaram gols Érika (2), Maurine, Fran, Thaís, Suzana, Dani, Ketlen e Marta, a melhor jogadora de futebol do mundo. A boa Cristiane, com todo o respeito, não jogou por ter sido expulsa na semifinal do Pacaembu, mas, mesmo assim, foi a artilheira da competição com 15 gols. Deste modo, as meninas brasileiras levaram a primeira taça das Américas, no futebol de mulheres, para o clube santista. O Santos, que é gigante entre os homens, agora também é grande entre delicadas torcedoras. Parabéns às Sereias da Vila!
Abaixo os gols do jogo de estreia das garotas. Vitória histórica das Sereias do Santos Futebol Clube: 12 a 0 nas pobres moças do Emforma, da Bolívia. Reparem nas jogadas da meia-atacante, e melhor do mundo, Marta; ah se ela pudesse jogar no time masculino...

O Mundo do Twitter



Os homens do twitter, cada vez mais se distanciam dos homens das cidades. Na postura, na expressão, na visão e nos sonhos. Os meios “literários” tornavam-se, pouco a pouco, terreno conhecido dentro deste universo virtual. E os twiteiros tornam-se cada vez mais conhecido nesse terreno.

Um dia desse aí já passado, acusaram-me de "iniciado" nas classes de sondagem psicológica, isto é, do grupo que busca compreender os mecanismos que comandam as ações humanas, sejam elas de natureza espiritual, política ou decorrentes da ação que o meio social exerce sobre cada indivíduo que vive na cidade – completamente distante, portanto, dos RTs, replies, #FF, @indicoalguémquevocêmeindicatambém, etc. A principal ira de alguns navegadores #engajados# e #nevrálgicos# é que não se é possível, na visão deles, temperar tudo com profunda reflexão. Isto mesmo, dona leitora, que também gosta muito de contestar em sites e afins.

Mas se o grande escritor, antes de ser polido ou grande estilista, busca inspiração nas ações rotineiras do homem, penetrando na consciência das personagens para sondar-lhes o funcionamento; ou não?.

Ainda assim, como um suprimento alimentar, os twiteiros parecem mesmo um espelho mal posto desta nossa sociedade aguda, vaidosa, fútil, hipócrita, ambiciosa, invejosa, e inclinada à deslealdade (social) e infidelidade (conjugal).

Tais quais os impulsos contraditórios existentes em qualquer ser humano, torna-se difícil classificar estes nossos personagens em bons ou maus. Esta visão superficial e maledicente que impera nas novas mídias parece o produto direto destas personagens reais da sociedade, que vivem de acordo com o convencionalismo destes nossos tempos.
Mas calemos, se eu também já fui desmascarado...

Tenho uma amiga que odeia minhas contestações. Reclama delas com fervor assustador. Chama-me de perturbador, quando não de “chato do boteco”. Eu não a contesto porque tenho vontade de fazer sexo com ela... Que sabe um dia, quem sabe... Mas, enfim, ela fala mal de mim. Não sei por quê. Não faz diferença. Eu sou apenas um bêbado que a cada três doses faz confessar o pecado de alguém ou, quando não, confessa os próprios.

Para mim é mesmo um sacrifício ficar sem falar. Mas a bebida me dá ânimo extra, então as palavras saem. No entanto, muitas vezes as pessoas não gostam muito do que ouvem... Mas se eu gosto de ouvir o que me dizem, mesmo as piores censuras. É; devo mesmo ser um sujeito chato e bêbado.

Devo também fazer um esforço no twitter e respeitar os followers e todas as indicações destes meus poucos seguidores. Mesmo achando tudo isto estranhamente aleatório e irracional.

Por fim, para terminar este parvo texto que já vai se esticando muito, peço aos twitteiros que me perdoem a lascívia verborrágica, assim como o meu pensamento balofo e difuso. É que não possuo uma ideologia tão sagaz e crítica como a de vossas senhorias, que com tanto fundamento e criatividade, retransmitem os erretês deste adorável mundo (des)conexo. Pois se sou apenas um twitteiro modesto...



O senhor Arthur Schopenhauer dizia "que é a modéstia é uma humildade hipócrita pela qual um homem pede perdão por ter as qualidades e os méritos que os outros não têm".


Perdão amigos do twitter!



Por Ricardo Novais

Em Qual Brasil Você Vive?

Jornais que costumam anunciar de tudo hoje estão calados. Ora! Onde está a chegada do São Salvador? Perguntam-se.

No Rio de Janeiro, as pessoas continuam sentido as conseqüências da regeneração “parisiense”, ainda da época do Pereira Passos. Traficantes e a polícia se digladiam na zona norte da cidade aterrorizando o povo que clama no inferno: “A gente quer paz, irmão, a gente quer paz!”, bradou um rapaz socando ao próprio peito de dentro de um coletivo que, por sua vez, podia-se ver ao motorista desesperado tentando desviar do ponto de ebulição do confronto. Neste momento, as autoridades de segurança pública se questionavam: O Morro dos Macacos ainda é Brasil?

Enquanto isto, no nordeste, o Presidente da República tenta convencer os “coronéis” do sertão de que pensa apenas no povo triste da caatinga e do agreste – aqueles que sofrem disputando e perdendo a água escassa para os cavalos das fazendas. O Presidente disse ainda não estar preocupado com sua imagem de “grande estadista” e muito menos na “transposição” das urnas no ano que vem – como vem sendo acusado por grandes “autoridades” do sudeste brasileiro.

Dizem alguns, que o mal de um Governo muito popular – não confundir com populista – é que consegue desagradar tanto os radicais pobres como os radicais ricos desta nossa fulgente e criativa sociedade.

Nas ruas, pelo País inteiro – menos, claro, na moda “capa de chuva F1” de Interlagos – o povo também parece tonto ou bêbados. Critica e julga sem analisar o porquê do Brasil estar chorando.

Uma festa em Paris, quer dizer, no Rio



2009 caminha a passos largos para o seu fim e com ele o ano da França no Brasil. Os traços que os franceses deixaram na cultura brasileira vem de longe... Talvez até de antes da ocupação portuguesa; mas isto é outra história. Aqui, neste texto, o que importa são os festejos em homenagem a bonita e velha Gália. Neste sentido, a sociedade carioca é a maior anfitriã de povos estrangeiros que temos por estas terras dissimuladas. O Rio de Janeiro faz festejos à moda francesa desde outrora, desde o tempo em que almejava o requinte fútil e a moral "cientificista" em detrimento a toda uma vibrante, e ceifada, identidade cultural autêntica. Mas, em plena época do "Bota Abaixo!", nenhum era tão diabólico como a Festa das Flores.

A população pobre assistia à fúria avassaladora do processo de regeneração do Rio de Janeiro entre atônita e irada. O cronista de um tablóide carioca da época, O Libertário, comentava assim a inauguração da Avenida Central (atual Avenida Rio Branco), que o Governo consagrou com uma festa estrepitosa e monumental: “É vicioso dizer ao operário consciente o que foi o trabalho da grande artéria: uma miserável exploração do trabalhador inconsciente e passivo. Era de ver todas as noites, antes da inauguração, dezenas de homens, movendo-se à luz de lâmpadas elétricas, num fatigante até pela manhã, por um miserável e ridículo salário”. Ficava muito claro para quem era inaugurada aquela avenida e à custa de quais sacrifícios e sacrificados.

A mesma percepção reaparece no comentário às festividades da entrada da primavera, que passaram a ser das cerimônias mais concorridas da burguesia, desde que esta se apossara do centro reurbanizado da cidade: “Grande batalha das flores. Que grossa folia! Que deslumbramento, que beleza! Muito gozou a burguesia na tarde de 25 na sua festa elegante. E o pobre imbecil povo, expulso do jardim cujo custeio paga, viu-se corrido com o único recurso de espiar de fora a festança dos parasitas. Um observador atento teria visto que o povo atrás daquelas grades tinha uma fisionomia idiota”.

Já a revista elitista O Comentário, na sua edição de setembro de 1903, pronunciou-se da seguinte maneira: “Sabem todos que essas batalhas de flores, tão animadas, elegantes e alegres quando feitas em Nice, em Viena e em Paris, são um divertimento de ricos com o qual tem o povo a ganhar: o gosto visual do luxo em exibição e a emoção artística nos aspectos ornamentais das carruagens. É, portanto, um meio de educar esteticamente os rudes e os pobres”.

Pelo visto o povo carioca foi educado direitinho...

Por Ricardo Novais

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Quando eu vou a Paris, quer dizer, ao Rio de Janeiro, os velhos "cariocas-da-gema" sempre clamam saudosos por uma época que sequer conheceram... Eis uma breve história do que dizem algumas línguas:

Dia do Professor

No livro O Boêmio, que, aliás, está publicado neste blog, o personagem Heitor do Lavradio relembra, com muita saudade e alegria, de sua antiga professora, a Dona Paula.

Como hoje é dia dos professores, gostaria de citar a passagem com que o Boêmio Heitor faz certa homenagem a orientadora de seus tempos da meninice; por extensão, homenagem a todos os mestres. Ele diz:

“(...) Ressaltando ainda, que tive uma professora que acabou por corroborar o antagonismo de minha existência. A senhorita D. Paula aparentava ter aproximadamente cinqüenta anos, era uma solteirona convicta e que não teve filhos biológicos. Na realidade, seus filhos ficavam catalogados nas instantes da biblioteca da escola onde eu estudava, perto do Morro do Senado, mas era, principalmente, no tradicional externato afrancesado que ela adquiriu prestígio social como orientadora; também na pequena, porém virtuosa, coleção de livros com mais de cem obras sobre literatura brasileira e de pensadores iluministas que ela mantinha na própria residência, lá para os lados do Peixoto.

Ela vivia nos repetindo:

- Ler faz bem; leiam meus filhos; ler nos leva longe na vida...

“Mulher mais maluca! Ler faz bem, ler nos leva longe; capaz; só se formos ler mapas de estradas. Esta velha é maluca!”. Pensava essas coisas das intenções da pobre senhora, e descontando a pouca idade e a provável afinidade das idéias com meus colegas, a imaginação era fértil; para tanto, não precisa mais que um canto na sala escolar, assistindo as aulas da D. Paula.

Às vezes, nos levava à Praça Carioca, na Tijuca, ela dizia que ali era o coração do Rio de Janeiro. Em outras ocasiões, nos desviava à Gamboa para ressaltar nossa condição social à frente da primeira escola do País a pensar as condições de espaço e planejamento pedagógico. Esta escola rivalizava, à época, com aquele colégio do Imperador e aquele outro descrito por Raul Pompéia em seu romance, O Ateneu; ou melhor, concorria apenas no
status
das famílias que matriculavam os filhos em seus bancos escolares, pois o ensino seguia a mesma cartilha de ensino: o francesismo.

(...)

Muito tempo depois, já era adulto, fui tomar um café na
Livraria Cultural Guanabara
e pensei ter visto minha velha professora, mas foi engano.

De qualquer modo, segundo dona Paula, os filósofos
capitularam suas idéias para os economistas... Mas enfim, ela diferenciava os intelectuais e os economistas, no sentido que o primeiro desata os nós da sociedade, e o segundo corta esta corda que a sustenta, estando, porém, estas duas entidades, subjugadas pela crença.

Tenho saudades dela, minha querida professora. Quantos ensinamentos aprendi com ela; no entanto, o tempo passou e a corda, que ela sempre descrevia e jamais saiu de minhas retinas, ababou por me enforcar”.


Deixo uma saudação especial a minha primeira professora, Odília. Do mesmo modo ao meu amigo professor Isaías (incentivador de literatura) e ao ilustre doutor Wagner, professor da faculdade de direito penal (incentivador do vício de chocolate com café sem açúcar). E, claro!, não poderia deixar de fora o jovem professor Cláudio, meu querido irmão. Dedico o texto aos mestres, com carinho!


Por Ricardo Novais

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*A charge acima foi retirada do Blog: http://filosofialucas2804.blogspot.com/

"Hay Tiene que Luchar Hasta la muerte"

Por Ricardo Novais



Não deu... No Clássico do rio da Prata deu Argentina... 1 a 0, gol de Bolatti aos 39' do segundo tempo. Jogo de muita raça e pouca técnica no “templo” do futebol, o Estádio Centenário, na bela cidade de Montevidéu. Pode-se dizer até que o selecionado uruguaio acabou dando sorte de não estar ainda desclassificado da Copa da África do Sul, que será disputada no ano que vem.

O Equador perdeu para a já classificada Seleção do Chile – ótima seleção a chinela, dará trabalho a muita gente na Copa, podem apostar; salvem estas palavras que estou dizendo no PC e me cobrem depois – assim, os uruguaios ainda disputarão uma vaga para o Mundial na “repescagem”, provavelmente contra a Costa Rica do técnico brasileiro Renê Simões (ex-Flu, aliás, "sacaneado" nas Laranjeiras).

Mas a Celeste já não honra mais a própria tradição e, apesar da tradicional raça, configura-se como um time fraco – salvo o zagueiro Lugano (ex-Tricolor do Morumbi), Vásquez (que foi expulso justamente), talvez o atacante Furlan (que não é aquele!) e Cristian Rodriguez (que não entendo como ficou na reserva no Clássico do rio da Prata). Agora com Soares no ataque... os nossos amigos uruguaios irão sofrer muito ainda....

O que importa (ou não) é que a Argentina estará no Mundial da África do Sul, apesar do time do “deus” Maradona jogar de maneira obtusa e depender muito do, embora genial quase sempre apagado, meia-atacante Messi – que, aliás, pode ser eleito o melhor do mundo pela FIFA em 2009. Enfim, agora só resta agüentar toda a empáfia argentina; fazer o que, não é?... Parabéns "hermanos"!

Só que o povo da terra do tango não deve se empolgar muito com esta Seleção de D. Dieguito – que soltou os cachorros, desta vez não literalmente, contra a imprensa argentina, “Há que se lutar até a morte. Porque eu amo a Argentina e a levo no coração. Não me importa o que digam os jornalistas. Chupem todos! A p... que os pariu!", deferiu ele abraçando e beijando a um monte de "hermanos"; eca!

Afetação à parte, a Argentina é um time sem padrão de jogo, desarticulada e parece não ter muita alma (em alguns momentos nem parece ser uma Seleção de Jogadores Argentinos). Falta muita coisa para que os portenhos joguem bem; e na Copa da África nã haverá moleza, terá... Brasiiiiilllll!!!!!


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Enquanto isto, no Morenão, em Campo Grande-MT, tédio para o povo "paraguaio"... Num jogo que não valia absolutamente nada em termos de disputa esportiva – o Brasil já classificado e a Venezuela já sem chance nenhuma. Serviu apenas para ver que ainda há vaga disponível para a lateral-esquerda da Seleção Brasileira; também ficou ratificado que o Dunga é, de fato, da tradicional escola de técnicos gaúchos “retranqueiros” (ai, meu Deus!, imaginem como serão os jogos do Mundial); e serviu, de igual modo, para atrapalhar os clubes brasileiros que estão disputando o título do Brasileirão – Palmeiras (perdeu Diego Souza), Flamengo (perdeu Adriano), Atlético (perdeu Tardelli) e o São Paulo (perdeu Miranda, que, aliás, foi expulso com muita justiça no Mato Grosso). Pelo menos vimos a beleza da cultura do "Paraguai"... Viva o Boi Encantado! Que linda a índia Guarany!...

Meus cumprimentos também a todos os helvéticos que vivem em terras “brazucas”; a Suíça estará no Mundial de Futebol 2010. A Eslováquia também se classificou enfrentando a... neve. Parabéns a mais estas duas nações que conseguiram passar pelas eliminatórias de Copa do Mundo mais difíceis do planeta, as Preliminares Européias de Seleções.

Portugal terá que disputar “repescagem” ainda; já a boa Seleção da Suécia (do genial “Abracadabra” Ibrahimovic) está fora. Que pena!


Veja todos os países qualificados, até a data de hoje, para estarem no Mundial de Futebol da África do Sul no ano que vem: África do Sul (anfitriã), Costa do Márfim, Gana – continente africano; Austrália, Coréia do Norte, Coréia do Sul e Japão – Oceânia e Ásia; Dinarmarca, Espanha, Alemanha, Holanda, Inglaterra, Itália, Sérvia, Eslováquia e Suíça – seleções da Europa; México e EUA - América do Norte; Brasil, Argentina, Chile e Paraguai - estes nas terras sul-americanas.

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