Seres Humanos de 75ª Categoria

O mesmo País que, na semana passada, venceu a disputa para sediar os Jogos Olímpicos de 2016 está na 75ª posição do Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH, da ONU. Alguns fatores como a mortalidade infantil na região norte e nordeste, a criminalidade no sul e sudeste e as condições de certos ambientes de sobrevivência do nordeste – piores que alguns dos lugares mais pobres do Continente Africano – contribuíram para a estagnada colocação do Brasil no ranking do IDH.
O Relatório de Desenvolvimento Humano 2009 (RDH), divulgado esta semana pelo Pnud, aponta que o Brasil melhorou entre 2006 e 2007, mas o país manteve sua posição de 75º no ranking mundial, numa lista recorde de 182 países e territórios. É que duas nações conseguiram elevar o nível das condições de vida de sua população, ultrapassando, portanto, a qualidade de subsistência deste nosso povo.
No entanto, como os dados referem-se ao período de 2006 e 2007, o Governo Federal garante que as informações estão incorretas e defasadas. De qualquer maneira, a violência urbana já não é privilégio absoluto do Rio – cuidado cariocas, ó as Olimpíadas aí, hein! – e de São Paulo; é que Porto Alegre já se destaca no novo cenário da criminalidade nacional – os gaúchos devem tomar cuidado com o Presídio Central, que fica no centro da capital gaudéria, caso contrário, assistirão em plena beira de seu pântano profundo o surgimento de um novo Carandiru nas Américas. A fome também não existe apenas no norte e nordeste do Brasil, as populações das outras regiões, que são mais ricas, também sofrem com o desemprego e a falta de perspectiva para muitos de seus cidadãos.
No continente sul-americano, perdemos em bem-estar social para o Chile, o Uruguai, a Venezuela e... – meu Deus! – a Argentina.
É que o Brasil é o País do futuro; nada mais apropriado, portanto, que manter a cabeça à frente, quem sabe já em 2016... Então: que venham as medalhas, os títulos e o polimento ao nosso povo!
O que acontecerá ao futuro? Ah; mas isto não é da conta do presente, que nada tem haver com o tema, por já ser passado.


Por Ricardo Novais
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