Ronaldo na Copa do Mundo de 2002. SupreCraque. Gênio. Fenômeno. Imagem: Arquivo. |
Veste
roupa de festa que hoje é despedida de craque. Ele não é flamenguista,
corintiano, menino da zona norte, celeste, holandês, catalão, milanês, madrileño,
nem sequer brasileiro ele é. Ele é fenômeno.
É gênio, é supercraque. Avisa à multidão que ninguém pode faltar. Ronaldo é mágico,
de um corpo em dor entoando um movimento de superação e glória. A bola, sorrindo
ao fenômeno que lhe concebe, parece estar amarrada no cadarço de sua chuteira –
chuteiras agora penduradas no altar do futebol.
Celebremos,
querido torcedor, a última consagração do maior artilheiro de todas as Copas do Mundo. Quer
chorar? Chora, que é mesmo de apertar o coração. Ídolo desta geração, a minha,
a tua, o prodígio de nossas primeiras juventudes. Da meninice dos novos e velhos, dos vivos e mortos – dos vivos e mortos. O jogador de futebol, craque,
sorridente, dentuço, homem-milagre, camisa 9, pesadelo dos goleiros, armado com a emoção de uma lágrima de alegria, de
tristeza, de vida. Eu, mero espectador, sofri com a queda do craque, e também venci com ele.
O
futebol tem dessas coisas, o ódio e o amor, juntos, no único momento tão belo e
tão de luto que se confundem e se fundem, numa só jogada, num só drible, num só
gol. Vai, Ronaldo Nazário, vai para o seu altar de gênio do esporte que é mais
que esporte, é a vida – linda, emocionante, de muitas derrotas e infinitas
vitórias. O que distingue o ser humano de ser o melhor do mundo ou ser a descrença alheia é coisa fenomenal. No ar, no céu, nos gramados, surpreendentemente raro e extraordinário. Fenômeno!
Por Ricardo Novais
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