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Foto: Augusto Malta. |
Ontem fez 78 anos que a magnífica estátua do Cristo Redentor foi inaugurada, no íngreme Morro do Corcovado. A monumental criação, ao estilo simbolista francês, dá a ideia de que a própria cidade do Rio de Janeiro é parte integrante da obra.
Porém, sabem o que existia no Morro do Corcovado antes do Cristo Redentor? Não sabem?! Por lá existia o aprazível Mirante do Chapéu.
O Mirante Chapéu Sol ficava no Morro do Corcovado, havia linha de trem que levava as pessoas até lá para admirarem a vista panorâmica do Rio. Ali ao lado que, anos mais tarde, foi edificada a estátua do Cristo.
A Família Imperial, e alguns cariocas, frequentemente iam passar o dia neste local, com vista espetacular e clima ameno.
Consta que a iniciativa da abertura de um caminho pela Floresta foi do Imperador D. Pedro I, que viu a possibilidade de sua utilização militarmente e que teria dirigido pessoalmente os trabalhos para abrir uma picada até o cimo do morro.
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D. Pedro II na abertura da assembléia geral. |
Naquele local, teria instalado um tipo de sinalizador, que funcionava por meio de bandeiras, assim um vigia podia alertar sobre eventuais embarcações entrando no litoral e algum eventual ataque à capital.
Mas o Imperador não desdenhava o lazer e, em 1823, mandou construir lá no alto, também, um belvedere coberto de sapé.
Anos depois, outro Imperador, D. Pedro II, o filho do I, manteve as manias do pai e, em 1873, reformou o belvedere mais alto, que passou a ser denominado, pela sua forma, de Chapéu do Sol.
Em 1882, o Imperador concedeu uma autorização aos engenheiros Francisco Pereira Passos (é ele mesmo, leitor, o mesmo homem da "Regeneração" do Rio; a dona leitora, "carioquíssima da gema", conhece esta história muito bem) e João Teixeira Soares para construir uma estrada de ferro com um trem – que utilizou o então moderno sistema Riggenbach, mais conhecido como cremalheira.
Inaugurada em 1884, esta foi a primeira via férrea turística do País e depois a primeira a ser eletrificada. No despacho que criou a tal concessão, o conselheiro Manuel Alves do Araújo registrou e escreveu o seguinte:
“Estrada de ferro para o Corcovado ? Engraçado ! Deferido”.
Nesse momento foi lançada a oportunidade para a construção da futura estátua do Redentor. Apesar de que consta do projeto original que o monumento seria uma homenagem à comemoração do Primeiro Centenário da Independência do Brasil, 7 de setembro de 1922, por isto mesmo recebeu doações do País inteiro, na época, para ser construída; no entanto, foi inaugurada somente em 12 de outubro de 1931 e ficou sendo, portanto, uma homenagem ao dia da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida.
Padroeira do Brasil.
Por Ricardo Novais