![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOkwEf9f09Yl_9RSh3dj5Iq2ZZnzKpMfaLYa8TBiYnv5Vqp3Dp6Ot4HeV139kTWW4pubw8VUh9pVxAH17JVUFsWhWYVxmanQ3_YmEk9M3upGhT03ktOnH4035dTPJnUqNr6DmUUNtwCP4/s400/Pergunta.jpg)
Conta-se que Sir Isaac Newton tinha um amigo que, como ele, era um grande cientista. Entre ambos havia uma grande diferença, enquanto o amigo era ateu, Newton era um cristão dedicado e devoto. Embora eles sempre travassem batalhas acerca da existência e natureza de Deus, o mútuo interesse pela ciência os aproximava.
Certa vez, Newton contratou um mecânico habilidoso e lhe pediu que fabricasse uma réplica em miniatura do sistema solar. No centro havia uma grande bola folheada a ouro, representando o Sol; girando ao redor dela, fixadas nas pontas de braços de vários comprimentos, estavam bolinhas menores, representando Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter e Saturno, na ordem e nas distâncias apropriadas. Todas as bolas eram ligadas entre si, por meio de um complexo mecanismo de engrenagens e correias, que se moviam em perfeita harmonia, quando se girava uma manivela.
Tal artefato foi colocado no estúdio de Newton e passou a ocupar um lugar de destaque sobre a mesa, onde o cientista costumava se entregar aos estudos. Numa certa tarde, o amigo foi visitá-lo. Quando entrou no pequeno recinto, surpreendeu-se com a réplica. Instintivamente girou a manivela e se admirou da movimentação perfeita dos corpos celestes, que reproduziam órbitas apropriadas e velocidades relativas. O amigo não se conteve e questionou:
- Quem fez essa maravilha?
Newton, que lia, permaneceu impassível e sem levantar os olhos do livro, simplesmente respondeu:
- Ninguém!
Voltando-se para o cientista, o amigo ateu exclamou:
- Evidentemente, você não entendeu minha pergunta. Eu perguntei: Quem fez esse maravilhoso mecanismo?
Solenemente, erguendo os olhos, Newton repetiu que ninguém o tinha feito:
- Apenas aconteceu. Por acaso, a matéria, que você tão fortemente admira, agregou-se na forma do mecanismo.
Atônito, o ateu replicou com certa raiva:
- Você deve pensar que sou louco! Claro que alguém fez isto, ele é um gênio e eu gostaria de saber quem é ele.
Deixando de lado o livro, Newton levantou-se, colocou uma mão no ombro de seu amigo, e disse:
- Este mecanismo não é senão uma ínfima imitação de um sistema muito mais grandioso, cujas leis você conhece. Ora, eu não sou capaz de convencê-lo de que este mero brinquedo existe sem um projetista e um fabricador; ainda assim, você professa crer que o maravilhoso original, do qual eu grosseiramente copiei e imitei um aspecto do projeto, veio a existir sem ter projetista e sem ter fabricador! Agora, diga-me, por qual tipo de raciocínio você chega a uma conclusão tão absurda?
Depois dessas breves palavras, segundo a lenda, Newton despertou o ateu, que imediatamente foi convencido e tornou-se um firme crente de que “O Senhor é Deus”.
Ainda assim, complexo calcular como o Criador anteviu a existência. O mais vil escravo das paixões perniciosas descobre a certeza, assim como eu agora, de que existo. Que sei que existo independente de qualquer fantasia ou imaginação. Existo porque preparei a existência antes; ou existo porque Alguém a preparou para mim. Não posso estar enganado quanto a isto, e se me engano, ainda assim, é porque existo. Se eu não existisse não poderia me enganar. Portanto, se me engano, logo existo!
Quem criou a primeira célula que nos engana? E de onde ela veio? Mistérios do mundo boêmio... e também de vários outros mundos...
Por RICARDO NOVAIS
Tweet