Longa vida ao Rei! Fotografia: Arquivo revista Placar. |
Na música, na literatura, em
todas as artes têm lá seus gênios incontestes. No futebol, uma das artes
humanas mais sublimes, este gênio é um ser enigmático, um nobre esportista – Rei do Futebol. Ele é gênio mais gênio, assim
como Deus é mais Deus. Coisas dadas aos mitos divinos.
Faça agora uma contente
reverência, torcedor. Se quiser rir, ria; se quiser chorar, chore. O futebol é
a paixão mais ingenuamente manifesta que existe. E neste esporte mágico não há nada mais
belo e fascinante que a figura de um ídolo. Sagrado. Esta divindade é um homem, negro,
impecavelmente fardado de branco, complexão atlética perfeita, olhos aguçados, saltando
em gestual enigmático de socar o ar, símbolo do ápice da arte glorificada.
O jogo era contra o Juventus,
na Rua Javari. Partida dura, o Santos não conseguia romper a muralha que os
adversários ergueram perto da área. A torcida do “Moleque Travesso”, apelido do
Juventus, aproveitara os percalços enfrentados em jogo para tripudiar do Rei. Vaiavam-no
toda vez que ele pegava na bola. Foi quando Pelé fez, segundo a sua própria
avaliação, o gol mais lindo de sua brilhante carreira. O maior jogador de futebol de
todos os tempos conseguiu uma sequência de dribles extraordinários dando quatro chapéus em seus marcadores sem
deixar a bola cair ao gramado. O goleiro foi o último a ser chapelado. Formidável! Poderia-se
até imaginar que esta inesquecível jogada foi tão-somente uma magnífica criação
oriunda de seu talento nato aliado a certa raiva que ele deveria estar sentindo das provocações de seus oponentes, pois assim que fez este golaço o magistral craque foi até a torcida inimiga a xingando e socando o ar. Mas não foi só talento e raiva, foi arte. Pura. Arte legítima. Mitológica.
Viva o Rei! Rei! Que seja
sempre! Pelé!
70 anos da divindade do
esporte; 70 anos de vinda a este mundo de Edison Arantes do Nascimento, o Pelé, Rei do Futebol. Longa
vida ao Rei!
Homenagem a Pelé: Greatest Pele Soccer Moments.
Por Ricardo Novais